Desde a sua fundação, o projeto SOS
ribeirinho, como era conhecido, sempre foi dirigido por missionários vindos de
outros países. Teve como fundador o pastor Heiri Aeberhard e sua esposa Elsbeth
Aeberhard, missionários da SAM (Schweizer Allianz Mission) que chegaram à
Portel no ano de 1993. Após a saída do casal, outros missionários coordenaram
os trabalhos do projeto, sendo a última, a missionária alemã Johanna Brigitte
Beck, em abril de 2007. Em junho de 2006 o projeto Pró-Ribeirinho torna-se
Associação Pró-Ribeirinho, vindo a ser constituído de uma diretoria
administrativa e uma secretária executiva. Com o retorno da missionária Johanna
Brigitte Beck para seu país, foi indicado o nome de Daniel de Souza da Silva,
membro da equipe local, para assumir a coordenação da agora então Associação
Pro-Ribeirinho. Daniel de Souza da Silva é membro da Igreja Cristã Evangélica
em Portel, e já vinha atuando nos trabalhos, auxiliando a missionária Brigitte
Beck.
Essa mudança na coordenação trouxe um
desafio maior para toda a equipe do Pro-Ribeirinho, o de dar continuidade às
atividades, de maneira a garantir que a missão não só conseguisse manter o
trabalho espiritual, mas também desenvolver os trabalhos em outras áreas como a
saúde e agricultura. Visto que no início, o projeto recebia muitas doações em
medicamentos, vindos, principalmente da Alemanha e Suiça, e contava com a ajuda
de muitos profissionais na área da saúde, as ações ou clínicas como costumamos
chamar, eram mais freqüentes e sempre alcançavam um número grande de pessoas
nos rios. Devido a algumas dificuldades burocráticas na alfândega de nosso
país, não podemos mais receber medicamentos. A disponibilidade dos
profissionais também tem sido outro entrave para que continuemos executando as
ações como gostaríamos de realizar. O Pró-Ribeirinho sempre teve apoio de profissionais que moram distante de nossa
região, e hoje é mais difícil, para eles, ficarem em média uma semana longe de
suas atividades, para nos auxiliarem em viagem pelos rios de nosso município.
A agricultura também é outra frente de
trabalho que desde o início a equipe do projeto tem-se empenhado na ajuda ao
povo ribeirinho, na busca de alternativas que lhe possibilite uma vida mais
digna. Pelo fato de nos últimos anos, a fonte de maior renda, que era a
madeira, ter se esgotado e também pela pressão de se manter o que ainda resta
de floresta, por parte do governo, é que a Associação Pró-Ribeirinho tem
promovido treinamentos e intermediado a aquisição de materiais e sementes,
incentivando os agricultores a diversificar sua produção, abrindo-se lhe assim
um leque de oportunidades.
Hoje temos conseguido colocar em
prática alguns planos, nessas áreas. Conseguimos duas ações com dentista e um
oftalmologista. Também avançamos com a implantação da criação de frangos,
suínos e peixes. Dois locais estão servindo como modelo na implantação dessas
atividades. Tem sido um grande avanço para nós.
Esse período de nacionalização, pelo
qual passa a missão, onde cada vez mais aumenta as responsabilidades da
Associação Pro-Ribeirinho, pelo fato da SAM estar diminuindo sua contribuição
como mantenedora, tem nos levado em busca de outras parceiras com governo
local, igrejas e outras instituições. Apesar das respostas ainda serem tímidas,
acreditamos que estamos no caminho certo. E estamos sempre receptivos a pessoas
que queiram somar conosco nesse ministério em Portel, estado do Pará.
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